Função da liturgia é abrir espaço para a Beleza
Arautos Diáconos em função litúrgica, na Dedicação da igreja de Nosa Senhora do Rosário de Fátima dos Arautos do Evangelho.
Afirma o arcebispo responsável pelo setor de liturgia da CNBB
por Alexandre Ribeiro
RIBEIRÃO PRETO, terça-feira, 3 de junho de 2008 (ZENIT.org).
A arquidiocese de Ribeirão Preto (São Paulo) inicia a semana de festividades do centenário de sua criação como diocese com um convite à reflexão sobre a beleza na liturgia.O arcebispo local, Dom Joviano de Lima Júnior, SSS, abriu ontem um Simpósio Teológico sobre a Eucaristia, com o tema «A manifestação da beleza e a celebração do mistério».Segundo Dom Joviano, que é o responsável pelo setor de liturgia da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), o «impacto da beleza nos revela a ternura de Deus em cores, luzes e sons, a partir do que os nossos olhos contemplam na natureza».Na Eucaristia --afirmou o arcebispo na abertura do evento--, «a natureza aparece transformada, o trigo em pão, a uva em vinho, a árvore em mesa, o algodão em toalha, a cera das abelhas em vela».Dom Joviano considera que não se pode apreciar devidamente a Eucaristia «se a sua celebração não estiver impregnada do encanto da beleza».«A alegria da beleza tem a propriedade de produzir a bondade», afirmou, enfatizando que «a função da liturgia é abrir espaço para a Beleza, para a bondade que salva».Ainda de acordo com o arcebispo, é função do rito «fazer a passagem de uma situação caótica ou de dispersão para uma nova realidade que integra o que está disperso e dá significado à existência».«O rito alarga a compreensão da realidade que nos envolve e nos propõe o mistério na sua totalidade.»«O rito, como a beleza, necessita de tempo, espaço, proximidade e atenção para transformar o que é meramente exterioridade em interioridade.»E, para isso --destaca Dom Joviano--, «recorre à memória e à repetição de certos gestos, palavras e símbolos, atuando nas três dimensões da temporalidade: o presente, o passado e o futuro».«A ritualidade litúrgica revela uma Igreja, reunida em nome do Senhor, que busca o divino, a graça, a salvação, “o invisível” na fragilidade do humano.»«Busca “nas coisas que passam, as que não passam”. O que nos é dado a ver, nos é dado a viver. Na liturgia, beleza e ritualidade se encontram», afirma.FestaUm concerto musical celebrará o centenário da diocese, no dia 7 de junho. No palco do Theatro Dom Pedro II, em Ribeirão Preto, ressoará um repertório selecionado, que inclui a apresentação do núncio Apostólico, Dom Lorenzo Baldisseri, que é pianista.Se apresentarão ainda solistas da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto; Madrigal Ademus da USP (Universidade de São Paulo); corais da UNESP (Universidade Estadual Paulista, de Franca e Jaboticabal); e da soprano Yuka de Almeida Prado; sob a regência de Cristina Emboaba.O público ouvirá obras de Villa-Lobos, Debussy, Chopin, Händel e o Te Deum de Manuel Dias de Oliveira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário