CARD. JAMES FRANCIS STAFFORD Penitenciário-
Mor + GIANFRANCO GIROTTI, O.F.M. Conv. Regente
Vaticano, 22/6/2008 - Perante o amplo e diversificado panorama dos medos humanos, a Palavra de Deus é clara: quem teme Deus não tem medo. Foi o que afirmou Bento XVI antes da recitação da oração mariana do Angelus com os cerca de 30 mil fiéis congregados ao meio dia na Praça de São Pedro, convidando-os a refletir sobre a diferença que existe entre os medos humanos e o temor de Deus.O medo – recordou - é uma dimensão natural da vida. Desde pequenos experimentamos formas de medo que se revelam depois imaginárias e desaparecem; outras emergem sucessivamente tendo fundamento na realidade; estes devem ser enfrentados e superados com o empenho humano e com a confiança em Deus. Mas existe depois, sobretudo hoje, uma forma de medo mais profunda, de tipo existencial, que ás vezes desemboca na angústia: nasce de um sentido de vazio, ligados a uma certa cultura embebida de um difuso niilismo teórico e pratico.
O Papa recordou que o temor de Deus que as Escrituras definem como o principio da verdadeira sapiência, coincide com a fé nele, com o respeito sagrado pela sua autoridade sobre a vida e sobre o mundo. Não possuir o temor de Deus equivale – explicou Bento XVI - a colocar-se no seu lugar, sentir-se o dono do bem e do mal, da vida e da morte. Pelo contrário, quem teme a Deus adverte em si a segurança que tem a criança nos braços de sua mãe: quem teme a Deus está tranqüilo mesmo no meio das tempestades, porque Deus, como Jesus nos revelou, é Pai cheio de misericórdia e de bondade.
Quem o ama não tem medo. O crente – concluiu o Papa – não se assusta diante de nada, porque sabe que está nas mãos de Deus, sabe que o mal e o irracional não têm a ultima palavra , mas o único Senhor do mundo e da vida é Cristo, o Verbo de Deus encarnado, que nos amou ao ponto de sacrificar-se a si mesmo morrendo na cruz para a nossa salvação.-Antes das saudações nas várias línguas o Santo Padre quis recordar as vitimas do naufrágio de um ferry que transportava mais de 700 passageiros: naufrágio causado pelo tufão ”Fengshen” nas Filipinas.
O Papa disse que soube com viva emoção da noticia do naufrágio. E manifestou a sua proximidade ás populações das ilhas atravessadas pelo tufão e explicou ter rezado pelas vitimas desta tragédia, entre as quais se encontram também crianças.Bento XVI referiu-se também ao bimilenário de nascimento do Apóstolo Paulo que nos preparamos para celebrar com um especial ano jubilar. O Papa fez votos de que este grande acontecimento espiritual e pastoral possa suscitar também em nós uma renovada confiança em Jesus Cristo que nos chama a anunciar e testemunhar o seu Evangelho, sem temer nada. E dirigiu o convite a todos para que se preparem para celebrar com fé o ano Paulino que se Deus quiser inaugurará solenemente sábado próximo na Basílica de São Paulo fora de muros, com a liturgia das primeiras Vésperas da Solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo.Desde já confiamos esta grande iniciativa eclesial á intercessão de São Paulo e de Maria Santíssima, Rainha dos Apóstolos e Mãe de Cristo, fonte da nossa alegria e da nossa paz.-Bento XVI recordou depois que hoje em Beirute, a capital do Líbano é beatificado Yaaqub da Ghazir Haddad, um sacerdote da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e fundador da Congregação das Irmãs Franciscanas da Cruz do Líbano.
Manifestando as suas felicitações ás suas filhas espirituais, o Papa fez votos de que a intercessão do beato Abuna Yaaqub, unida aquela dos Santos libaneses, obtenha para aquele amado e martirizado País, que já sofreu demasiado, progredir finalmente para uma paz estável.Bento XVI recordou ainda que neste Domingo, em Quebec, no Canadá se encerrará o 49 congresso eucarístico internacional sobre o tema “a Eucaristia dom de Deus para a vida do mundo”. Possais cada dia estar cada vez mais próximos de Cristo, realmente presente na Eucaristia, fonte e ápice da vida cristã, foram os votos formulados pelo Papa.
Rádio Vaticano
TV Arautos (TVA): O Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer foi nomeado pelo Vaticano como membro da Congregação para o Clero. Dom Odilo, o que representa participar desta comissão?Dom Odilo Pedro Scherer: Os Cardeais participam de uma ou de mais comissões, conselhos ou congregações da Cúria Romana. A Cúria Romana é aquele grande organismo de assessoria, de serviço para a missão do Papa, de colaboradores, que são diretamente as pessoas que trabalham para o Papa. E, claro, cada congregação, cada comissão da Cúria Romana é formada por muitos membros que não estão em Roma, mas que de vez em quando são chamados para alguma reunião, para participar da discussão de algum tema. A minha nomeação para a Congregação para o Clero exatamente significa isso: como membro da Congregação para o Clero, de vez em quando, eu serei chamado a participar de alguma reunião, das reuniões plenárias da Congregação, onde se discute uma série de assuntos para serem depois submetidos à decisão do Papa.